Morte

Laura Vieira

10/26/20251 min read

Por que temos tanto medo de falar sobre a morte?

A morte é a única certeza que temos. Desde que nascemos, sabemos que um dia partiremos, não sabemos quando nem como, mas sabemos que será inevitável. Cem por cento dos seres humanos nasce e morre. E ainda assim, essa verdade nos provoca ansiedade, medo, desconforto. Por quê?

Talvez porque, biologicamente, fomos moldados para sobreviver. Nossa mente está programada para lutar contra qualquer ameaça à vida.

Ou talvez o medo venha do desconhecido. O que existe do outro lado? Um fim absoluto? Um recomeço? Nada? É difícil aceitar o que não se pode compreender.

Há ainda o apego às experiências, às pessoas, aos lugares que amamos. Morremos um pouco só de imaginar perder tudo isso.

Culturalmente, a morte foi sendo afastada de nós. Ela passou a ser vista como um fracasso e foi sendo escondida, transferida aos hospitais, tirando das famílias a presença nos últimos momentos. Assim, deixamos de vê-la como parte da vida e ela se tornou ainda mais assustadora.

No fundo, talvez o medo da morte seja também o medo de não ter vivido o suficiente. De chegar ao fim e sentir que faltou algo.

Coragem? Amor? Propósito?

A morte nos obriga a encarar a pergunta que mais evitamos: estamos vivendo de verdade?

Falar da morte, portanto, é falar da vida. É olhar para ela não como uma inimiga, mas como uma mestra silenciosa, que nos lembra que o tempo é precioso e que cada instante importa. Talvez seja isso que nos falte: menos medo da morte e mais coragem para viver. E você? Tem coragem de viver?